Alunos do IFRR são vencedores do desafio Chama na Solução

por Virginia publicado 10/12/2019 22h25, última modificação 11/12/2019 14h59
As equipes HandsClean, do Campus Boa Vista (CBV), e Direito de Brincar, do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO), foram as campeãs do desafio Chama na Solução

As equipes HandsClean, do Campus Boa Vista (CBV), e Direito de Brincar, do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO), foram as campeãs do desafio Chama na Solução, cuja fase final e premiação ocorreram no último fim de semana, na Plataforma 8.

Chama na Solução – O desafio é uma iniciativa do Youth Challenge, que apoia projetos de jovens em 16 países, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que apoia mudanças positivas que possam potencialmente impactar a vida de todas as crianças e adolescentes do País. Em Roraima, a primeira edição do desafio foi apoiada pelo Coletivo Mosaico, associação promotora de movimentos educacionais, sociais, interativos e culturais que realiza a mobilização de adolescentes em escolas públicas de Boa Vista. “A proposta do evento é estimular os participantes a criar soluções criativas para os desafios e as oportunidades da crise migratória venezuelana. Enfatizando o uso da tecnologia e da colaboração, queremos aprender, construir e compartilhar juntos propostas que façam a diferença na vida das crianças e dos adolescentes de Roraima", explicou Felipe Gonzalez, especialista em Comunicação para o Desenvolvimento do Unicef no Brasil.

Um total de 54 jovens, distribuídos em 12 equipes, participaram do Chama na Solução. Os seis melhores projetos ganharam R$ 4 mil de investimento para fortalecer suas iniciativas. Além disso, os três primeiros colocados, além da premiação em dinheiro, ganharam passagem e ingresso com área de camping para a Campus Party Amazônia, que ocorrerá em março de 2020, em Manaus (AM). Lá eles irão apresentar seus projetos na Mostra Campus Future.

Vencedores – Os alunos representantes do IFRR sagraram-se campeões do desafio, no último fim de semana, quando apresentaram os protótipos de seus produtos para um corpo de jurados especialistas em várias áreas. Fizeram parte do júri o coordenador-geral substituto de Empreendedorismo Inovador do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Leonardo Sousa de Freitas; a diretora-técnica do Sebrae-RR, Dorete Padilha; a consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Patrícia Ludmilla Melo; e a diretora-geral do Campus Boa Vista/IFRR, professora Joseane de Souza Cortez.

Para Joseane, a representação do IFRR na competição comprova a formação tecnológica a que os alunos têm acesso nos vários cursos ofertados pela instituição. “Fiquei muito impactada com a proposta do evento, que trouxe como propósito o protagonismo juvenil e o compromisso dos jovens com soluções que impactem a vida do migrante, dadas as contingências advindas desse processo. Possibilitar essas vivências, buscando formas de minimizar os impactos sociais e humanos, foi sem dúvida algo maravilhoso. Verificar e constatar que esses jovens buscaram, por meio da pesquisa, alternativas de grande relevância é, sobretudo, uma grande satisfação para todos nós. Senti muita emoção e orgulho desses jovens criativos, abnegados e comprometidos com a causa. Mais emocionada fiquei ao verificar a participação de estudantes dos Campi Boa Vista e Boa Vista Zona Oeste, por meio dos quais podemos comprovar a excelência do ensino ofertado, com bases científicas e tecnológicas que lhes respaldam para criar e ousar nas soluções propostas”, disse.

HandsClean – A equipe representante do CBV, composta por Lucas Vinicius Bamberg Ferreira e Lucas Anderson Ladislau Aguiar, do 3.º ano do curso Técnico em Informática, e por Isabela Cabral e Oliva Melyssa Geovanna Rocha Oliveira, do 3.° ano do curso Técnico em Secretariado, criou um produto para a higienização das mãos. “Nosso projeto tem por objetivo contribuir para a correta higienização das mãos, visto que boa parte das contaminações provém da higiene inadequada delas, seja por ausência de material adequado, seja pelo fato de as pessoas não saberem como fazer uma higienização correta. Pensando na falta de material adequado, criamos um sabão em pastilha, que proporciona uma rentabilidade maior em um uso único”, explicou Lucas Bamberg.

Sobre a participação no desafio, Lucas esclarece que o Chama na Solução proporcionou uma imersão no campo do empreendedorismo inovador. “Esses eventos nos proporcionam experiências diferentes em relação ao mundo do empreendedorismo e da inovação. Além de nos abrirem portas para esse mundo, proporcionando oportunidades de emprego em diversas áreas, nos dão acesso a novas tecnologias que podem agregar muito ao nosso conhecimento”, declarou.

Direito de Brincar – Formada pelos estudantes do CBVZO Amanda Batista de Souza, José Raimundo Nogueira Campos, ambos do curso Técnico em Administração e egressos do curso Técnico em Comércio, e Abraão Silva dos Santos, egresso do curso Técnico em Comércio, a equipe desenvolveu uma caixa com brinquedos produzidos a partir de materiais recicláveis. “Nosso projeto tem como objetivo incentivar crianças que vivem em ocupações venezuelanas a montar os próprios brinquedos, a partir de materiais reutilizados, usando a imaginação e a criatividade. A participação nesse desafio nos ajudou a crescer como pessoas, além de termos a oportunidade de colocar em prática o que aprendemos em sala de aula. Outro aspecto fundamental é que, quando paramos para pensar em soluções de impacto social, isso nos faz ver o mundo de outra forma, um mundo no qual enxergamos uma infinidade de problemas, um mundo onde o dinheiro não é tudo em relação à situação de vulnerabilidade que outras pessoas vivem. Isso faz com que não visemos apenas ao lado profissional, à questão do lucro, mas também nos sensibilizemos para desenvolver a empatia pelo próximo”, contou Amanda.

Mentoria – A mentoria dos projetos na área tecnológica e na prototipagem deles foi feita pelos professores Wilson Alves Filho, do CBVZO, e Vinícius Tocantins, diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/IFRR) e professor do CBV. “Essa participação representa uma oportunidade única para nossos alunos, para que possam enxergar o tripé institucional, que é a educação, a ciência e a tecnologia, para a resolução de problemas de impacto social, principalmente nesse cenário da migração, com foco na criança e no adolescente em situação de vulnerabilidade. Eles tiveram a oportunidade de sair da sala de aula, de um ambiente de aprendizagem, e atuar num ambiente de desenvolvimento científico e tecnológico. Essa prática reforça o nosso DNA, da educação profissional, científica e tecnológica, e, acima de tudo, conecta com a necessidade dessa juventude do século 21, que se enxerga na tecnologia”, explicou Vinícius.

O professor esclarece ainda que a vitória de duas equipes do IFRR reforça o correto direcionamento do ensino ofertado aos alunos da instituição. “Isso ratifica que estamos no caminho certo não só com relação à geração do conhecimento, mas principalmente com relação à resolução de problemas reais, e esse é um legado muito positivo”, finalizou. 

 

Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista
10/12/19