DIA MUNDIAL DA ÁGUA - Projetos nos campi agrícolas do IFRR fazem uso sustentável e reúso da água

por Rebeca publicado 21/03/2019 21h55, última modificação 25/03/2019 11h38
Em 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, e a preservação desse recurso essencial à vida e fonte responsável por manter o ecossistema na Terra tem sido objeto de vários estudos nos campi agrícolas do Amajari e de Novo Paraíso

Em 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, e a preservação desse recurso essencial à vida e fonte responsável por manter o ecossistema na Terra tem sido objeto de vários estudos. Nos campi agrícolas do Amajari e de Novo Paraíso do Instituto Federal de Roraima (IFRR) são desenvolvidos projetos que fazem o uso sustentável e o reúso da água. 

Entre as experiências desenvolvidas por professores e estudantes está a do Campus Amajari (CAM), norte de Roraima, onde os professores Lucas Comasseto e Marcelo Pontes coordenam, há um ano, o projeto Recirculação da Água em Aquicultura (RAS), para reprodução de peixes da espécie tambaqui. Nesse período, já foram realizadas três experiências-piloto com sucesso.

Trata-se de um sistema de filtragem aliado à energia solar. O experimento é desenvolvido nas disciplinas de Reprodução e Lavricultura de Peixes, tanto do curso técnico quanto do curso superior em Aquicultura do campus. O objetivo do filtro é desenvolver bactérias que retirem a toxicidade dos resíduos metabólicos da reprodução dos peixes e que devolvam a água em seu estado natural para as incubadoras.

“Nesse sistema, são gastos apenas 20 mil litros de água, pois o filtro desenvolvido controla substâncias que seriam tóxicas para os peixes, tratando a água, que retorna à incubadora em seu estado natural, o que pode gerar uma economia de 500 mil a 600 mil litros de água por reprodução”, explicou o professor Lucas Comasseto.

Ainda no Amajari, desta vez para o cultivo de hortaliças e fruticultura, outro projeto colabora com o uso sustentável da água. Trata-se de um sistema de irrigação localizada que utiliza dois métodos: a microaspersão e o gotejamento.

O sistema de gotejamento prevê uma economia de até 50% de água em relação aos sistemas tradicionais utilizados em plantações, pois irriga o plantio de forma localizada e com pequena quantidade de água. Para o professor Patrício Ferreira, o sistema é eficiente não apenas para economia da água. “Além de ter baixo consumo de água, o sistema é eficaz para evitar a ação de plantas invasoras e de doenças que podem afetar o plantio”, explicou.

No Campus Novo Paraíso (CNP), por exemplo, está em execução o projeto “Tratamento dos efluentes do restaurante do Campus Novo Paraíso”. Coordenado pelo professor Tarcísio Gomes Rodrigues, a iniciativa trabalha a filtragem anaeróbica da água usada na lavagem de restaurante para que possa ser reutilizada na agricultura.

“A água já utilizada passa por quatro compartimentos de filtragem, sendo que o primeiro deles recebe bactérias que vão auxiliar na digestão anaeróbica da matéria orgânica dessa água, a qual, na sequência, passa por mais três caixas de tratamento e sai pronta para ser utilizada na irrigação”, explica o professor.

Segundo Rodrigues, a ideia é fazer uma racionalização da água de reúso para irrigação, criação de peixes, entre outros fins, preservando assim a água dos aquíferos ou de poços artesianos, deixando essa água nobre para ser usada prioritariamente no consumo.

Para o professor, é importante lembrar, no Dia Mundial da Água, que esse recurso, apesar de as pessoas acharem que não, é finito. “Por mais que a gente pense que esse é um recurso que não se acaba, não podemos desperdiçar esse bem tão precioso. Nós temos de ter muita responsabilidade sobre sua utilização, e é necessário que, dentro de um ambiente de ensino, de formação, onde nós temos uma juventude que é o futuro, essa juventude tenha bons exemplos de como trabalhar com esse recurso natural”, enfatizou.

Além do projeto de tratamento de efluentes do restaurante do CNP, está em execução no campus um projeto sobre a “Piscicultura em Roraima: pontos críticos e estratégicos de superação” e outro sobre “Reprodução de tambaqui em sistema de recirculação”.

 

Bruna Castelo Branco e Edjane Matias
Fotos: Ramon Queiroz
Campus Amajari e Campus Novo Paraíso
Instituto Federal de Roraima
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